Impulsionados pelas boas cifras
do agronegócio, muitas pessoas físicas e jurídicas, além de empresas
estrangeiras se lançam as compras de propriedades rurais com o intuito, claro, de
bons negócios e resultados. Embora o momento seja propicio para novas aquisições de terras,
alguns especialistas recomendam cautela: antes de investir em um imóvel rural,
deve-se pensar na gestão adequada dessa atividade econômica e nos passos
adequados a seguir, para evitar transtornos futuros.
Depois da certeza de que se está investindo em um
negócio no qual o lucro não é tão rápido ou fácil - ou até mesmo complexo - as
pessoas ou empresas que não são da área ou não tem expertise no ramo devem
procurar um agrônomo, consultor, corretor ou uma equipe capacitada para poderem
ter um apoio mais seguro no negocio. Esse auxílio servirá para compreender o
que pode ser produzido em uma terra e o potencial de ganhos da atividade, entre
outras orientações técnicas dadas por esses profissionais.
Veja bem:
A sociedade brasileira como um todo tem se beneficiado de várias maneiras do
desempenho que o agronegócio vem se apresentando ao longo dos últimos anos. Sua
produtividade vem crescendo rapidamente e as reduções de custo de produção têm
sido repassadas ao consumidor na forma de preços mais acessíveis. Com isso, o
poder aquisitivo das camadas mais pobres da população vem aumentando
significativamente, criando, assim, espaço para uma ampliação e diversificação
do seu consumo e o interesse de compra por terras brasileiras.
Apesar
de - ou talvez devido a – esse excelente desempenho do ponto de vista da
sociedade em geral, o agronegócio vem sendo vítima de crises cíclicas que
demandam injeções de novos recursos e renegociação das dívidas em vencimento;
ou seja, configura-se o caso de um setor sem sustentabilidade econômica. A
questão comporta diagnóstico em dois níveis: macroeconômico e setorial.
De
acordo com Geraldo Sant’Ana de
Camargo do Centro de Estudo Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) do
ponto de vista macroeconômico, o setor está submetido a duas dificuldades: o
mercado interno evolui muito lentamente para que absorva a produção crescente
do agronegócio sem quedas acentuadas de preço. O mercado externo tem sido em
geral favorável – garantindo rentabilidade temporária; porém os saldos
comerciais após algum tempo tendem a valorizar demasiadamente a moeda nacional,
com conseqüente rebaixamento de preços internos. Ao mesmo acelera-se o processo
de concentração tanto a jusante como a montante da agropecuária, fenômeno que
pode propiciar incremento de margens com prejuízo ao produtor. Enfim, o
agronegócio flutua ao sabor dos ciclos internos e externos, alternando momentos de euforia e de depressão.
Preço
Segundo o consultor imobiliário rural José Júnior
de Balsas/Ma, o preço das propriedades acaba sendo um dos maiores atrativos
paras as compras. Terras muito baratas, na região conhecida como Mapito
(Maranhão, Piauí e Tocantins), normalmente tem grande potencial de produção
agrícola ou ainda precisam de grandes investimentos para desenvolvimento das
áreas nuas. “Geralmente o pessoal vende pequenas glebas de terras bruta no sul,
sudeste ou centro-oeste do país e compram enormes hectares de áreas por aqui,
algumas partes já abertas ou em exploração" ressalta o consultor.
Empresas multinacionais normalmente usam
estratégias de ganhos com a produção agrícola, além de ganhos de capital com a
venda das propriedades, dessa forma são consideradas especuladoras no mercado
de terras, como é o caso da Empresa BrasilAgro, que tem como acionistas a
Argentina Cresud e a Norte Americana JP Morgan Whitefriars "Recentemente a
BrasilAgro vendeu fazendas no Piauí e no Maranhão, no caso da Fazenda
Horizontina em Tasso Fragoso, ela foi comprada em abril de 2010 por R$ 37,7
milhões e vendida em setembro de 2012 por R$ 75 milhões, ou seja, um lucro de
praticamente 100% dentro de dois anos e meio" explica José Júnior.
Produtividade
Outro motivo para a expansão dos negócios, por meio
da aquisição de novas terras, é o potencial das propriedades existentes. Na
compra de mais terras, os produtores devem considerar os aspectos que aumentam
a produtividade na agricultura: agricultura de precisão (uso preciso de
recursos na propriedade por meio de tecnologia), irrigação, logística e armazenagem.
"A produtividade média hoje na região do Mapito é ótima, mesmo sem tanta
tecnologia como em outras regiões, um produtor de pequeno/médio porte, levando em consideração vários
fatores a favor, entre eles a pluviosidade e a mão de obra, o agricultor em
geral consegue, por exemplo, uma média de 55/60 sacos de soja por hectare, uma
nota excelente em relação à mediana nacional" conclui o consultor. Atualmente
o setor utiliza de novas técnicas e tecnologia avançada que multiplica muito a
produtividade e impulsiona o crescimento no país.
O Brasil
é beneficiado com grande numero de terras férteis, chuvas regulares o ano todo,
energia solar abundante, quase 13% de toda a água doce disponível no planeta,
22% das terras agricultáveis, elevada tecnologia e investimentos, ou seja, tudo
isso colabora para um alto numero natural de produtividade nas lavouras.
PIB
O PIB (Produto
Interno Bruto) brasileiro
no primeiro trimestre de 2013 ficou abaixo do esperado se não fosse o bom
desempenho do agronegócio, teria sido pior. Do campo, veio a boa notícia: a
produção de soja aumentou e ajudou o setor agropecuário a bater um recorde. O
crescimento do setor foi o maior desde 1998 (+9,7%).
O Brasil
apresenta índices de desenvolvimento agrícola acima da média mundial, de acordo
com o estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
feito em 2011. O País também lidera a produtividade agrícola na América Latina
e Caribe e tem crescimento médio de 3,6% ao ano.
Estimativas
apontam que o Brasil será o maior país agrícola do mundo antes do final da
década. A agricultura no país é, historicamente, umas das principais bases da
economia, hoje o agronegócio corresponde cerca de 20% do PIB. O setor foi decisivo pela
colocação do Brasil entre as principais economias do mundo.
Desafios
A falta de infra-estrutura logística, em especial a malha rodoviária, restringe a competitividade da economia. Incapaz de resolver o problema sozinho, o governo busca o apoio de investidores privados.
Serão investidos por volta de R$ 15 bilhões em mais ou menos 25 projetos de reformas em rodovias, ferrovias, portos e hidrovias nos próximos anos. Em paralelo, os Programas de Aceleração do Crescimento (PAC 1 e 2) prevêem investimentos em logística superiores a R$ 160 bilhões. Estão em construção ou projeto rodovias, ferrovias e portos. A maioria em áreas distantes dos grandes centros populacionais, nas regiões Centro-Oeste e Norte. O objetivo, em grande parte, é dar competitividade e fluidez às exportações.
A falta de infra-estrutura logística, em especial a malha rodoviária, restringe a competitividade da economia. Incapaz de resolver o problema sozinho, o governo busca o apoio de investidores privados.
Serão investidos por volta de R$ 15 bilhões em mais ou menos 25 projetos de reformas em rodovias, ferrovias, portos e hidrovias nos próximos anos. Em paralelo, os Programas de Aceleração do Crescimento (PAC 1 e 2) prevêem investimentos em logística superiores a R$ 160 bilhões. Estão em construção ou projeto rodovias, ferrovias e portos. A maioria em áreas distantes dos grandes centros populacionais, nas regiões Centro-Oeste e Norte. O objetivo, em grande parte, é dar competitividade e fluidez às exportações.
TEGRAM
Um dos
portos que estão dentro desses projetos publico-privados e que é considerado um
dos principais do País por sua localização privilegiada, é o do Itaqui, situado
em São Luis no Maranhão. O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) deve iniciar
as suas operações no final de 2013 e escoar até 11% da produção agrícola do
país, em especial a produção das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste uma
alternativa para os produtos de estados como Tocantins, Pará, Mato Grosso,
Bahia e Piauí, além claro de todo o estado do Maranhão. Segundo a Empresa
Maranhense de Administração Portuária, que administra o porto, a meta é que o
porto movimente cinco milhões de toneladas de soja, milho e farelo a partir da
sua inauguração, o dobro do registrado hoje. Para os próximos anos, a idéia é
ainda mais ousada: até 2019, espera-se atingir uma movimentação de cerca de 15
milhões de toneladas de grãos anualmente.