sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Agronegócio é o maior negócio da economia brasileira e mundial

Segundo o relatório Perspectivas Agrícolas 2010-2019, o Brasil terá a maior produção agrícola do mundo na próxima década, com um aumento de 40%, índice superior ao da Rússia, Ucrânia, China e Índia, com percentual médio de 20%. O país se destaca pelas exportações de suco de laranja, carne bovina e de frango – que se manterão na liderança –, e suína – que deve chegar ao terceiro ou quarto lugar. Somos também o segundo maior exportador de soja em grão.

Entre 1990 e 2005, a taxa anual de crescimento de exportações foi de 14,82%, a de óleo de soja chegou a 8,6% e de 3,16% a do farelo de soja. Isso devido à Lei Kandir, que desonerou o ICMS das exportações de bens primários, trazendo receitas para a balança comercial. Agregar valor à cadeia produtiva trará benefícios principalmente ao pequeno e médio produtor rural, sem condições de concorrer com a grande empresa. Henry Ford agregou valor à cadeia da soja, desenvolvendo o primeiro painel de carro feito de plástico do vegetal. Desde lá, novas tecnologias foram descobertas, como xampus para pets, lubrificantes, isolantes térmicos, velas e produtos de limpeza. O selo com aroma de chocolate feito pelos Correios da França conteve a queda no volume de cartas e estimulou o consumo de chocolate.

No Brasil, o processo veio pela denominação de origem, com os selos do Arroz do Litoral Norte Gaúcho, de Pinto Bandeira, – para vinhos tinto, branco e espumante; e do Vale dos Vinhedos (RS) – vinhos tinto, branco e espumante, entre outros.

É mais proveitoso agregar valor e obter mais lucro do que exportar commodity e deixar o lucro para outros países. O Brasil é o celeiro do mundo, mas de que adianta produzir tanto se estradas e portos não escoam a produção? O governo tem parcela importante nisso, mas não basta. O produtor precisa se organizar, se informar, conhecer pesquisas e tratar a sua propriedade como uma empresa rural, abandonar certos conceitos do passado e ir à busca de novos desafios.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Com fusão aprovada, é criado gigante do segmento no Brasil

O Conselho de Administração (CA) da Brasil Ecodiesel S.A. aprovou na noite da última segunda-feira a proposta apresentada pela diretoria executiva da Companhia para incorporação das ações de emissão da mato-grossense Vanguarda Participações S.A., uma das maiores empresas do setor agropecuário do País. A Incorporação de Ações implicará em um aumento de R$ 1,1 bilhão no capital social da Brasil Ecodiesel, representativo do valor das ações da Vanguarda incorporadas ao patrimônio da Companhia. Desta forma, o capital social da Brasil Ecodiesel passará do atual R$ 1,12 bilhão para R$ 2,22 bilhões.

Cumprida esta etapa, a proposta de incorporação segue agora o rito legal e será, nos próximos dias, submetida à validação dos acionistas da Vanguarda e da Brasil Ecodiesel, esta última por meio de edital de convocação de Assembléia Geral Extraordinária (AGE) a ser divulgado oportunamente.

Se a intenção de negócio for ratificada pelo AGE, Mato Grosso será protagonista da ação que dará origem a maior empresa de agronegócio do país. Juntas, Vanguarda e Brasil Ecodiesel superarão – em hectares plantados – a atual gigante do setor, SLC Agrícola, que também tem lastro em Mato Grosso: mais de 76 mil hectares cultivados em Diamantino e Sapezal, norte e noroeste mato-grossenses, respectivamente. Conforme o mercado, as duas companhias juntos somariam 330 mil hectares.

A Vanguarda é uma das maiores empresas do agronegócio estadual e está entre as 1000 do Brasil. De acordo com a última edição do anuário da revista Exame, “Melhores e Maiores”, publicado em julho, a Vanguarda com sede em Nova Mutum (269 quilômetros ao norte de Cuiabá) ocupa a 745ª no ranking nacional, com faturamento de US$ 302 milhões, ou, R$ 504 milhões, cifras referentes ao exercício 2010.

Como explica a assessoria de imprensa da Brasil Ecodiesel, o Conselho aprovou os termos da proposta apresentada pelo Comitê interno constituído na Brasil Ecodiesel. Trata-se de uma decisão qualificada e baseada em laudos emitidos por instituições independentes, como Credit Suisse, Morgan Stanley, Linklaters LLP e Ernst & Young, que apresentaram em seus pareceres análises e conclusões sobre a operação do ponto de vista contábil, jurídico e econômico-financeiro.

A recomendação unânime da gestão executiva da Brasil Ecodiesel – pela incorporação das ações da Vanguarda – reflete a continuidade da estratégia e da lógica de geração adicional de valor para a Companhia, iniciada com o bem-sucedido projeto de incorporação da Maeda, em dezembro passado. “Considerando a natureza similar das companhias, de atuação no segmento agropecuário e agroindustrial, a incorporação de ações aprovada pela Administração e que segue para validação dos acionistas representa a oportunidade de obtermos ganhos relevantes de sinergia e de continuarmos a ampliar nossa participação no desenvolvimento do agronegócio no país”, afirma o presidente da Brasil Ecodiesel, José Carlos Aguilera.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Estrangeiros no Brasil

O Ministério da Agricultura (Mapa) avalia que a atual legislação sobre compra de terras por estrangeiros no país "não está clara", dificulta a vinda de investidores e traz "insegurança jurídica". Na contramão, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) entende que a atual lei, de 1971, "é boa e controla bem" essas aquisições.
Em audiência na subcomissão de terras estrangeiras da Câmara, ontem, o coordenador de Transferência de Tecnologia Agropecuária do Mapa, Roberto Lorena, afirmou que as regras atuais, baseadas apenas em um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), não são claras. "Basta vermos as discussões em torno do tema. Sempre ouvimos opiniões taxativas e totalmente antagônicas", disse Lorena.
As regras, segundo ele, são antigas e precisam ser mudadas. "Essa lei é 'letra morta' e não vem sendo cumprida. Precisamos de um marco legal", afirmou Lorena. O coordenador apoiou mudanças que facilitem o investimento estrangeiro. "Quando o empresário enxerga a confusão, desiste de vir. Queremos trazer tecnologia e mão de obra qualificada", disse.
De outro lado, o consultor jurídico do MDA, André Amaral, sugeriu apenas atualização dos controles sobre compra de terras. Ele considerou que "os limites já são claros". Um exemplo, disse, seria a obrigatoriedade das juntas comerciais enviarem ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) notificação quando uma empresa estrangeira adquirir uma companhia nacional detentora de propriedades rurais.
Na audiência, o Incra informou que, até 2010, "milhares de terras" foram adquiridas por estrangeiros sem o controle do governo, principalmente por empresas nacionais controladas por capital estrangeiro. Entre 1998 até 2010, essas companhias, segundo parecer da Advocacia Geral da União (AGU), ficaram "livres" para adquirir terras sem registro no Incra. Apenas em 2010 a AGU emitiu parecer obrigando cadastramento.
O coordenador-geral Agrário do Incra, Mauro Sérgio dos Santos, disse aos deputados que o país não tem números atualizados de imóveis rurais em mãos de estrangeiros. O último levantamento, realizado neste ano, indicava 34,3 mil imóveis em uma área de 4,3 milhões de hectares. "Os números estão aquém e não refletem a realidade", diz Santos.
A Lei 5709/71, que controla a compra e venda de terras rurais no país, define que estrangeiros não podem adquirir imóveis com área superior a 50 módulos de exploração indefinida. A medida exata da área varia conforme o Estado. As compras superiores a 100 módulos devem receber autorização do Congresso Nacional.
O presidente da subcomissão, deputado Homero Pereira (PR-MT), afirmou que o Poder Público não consegue controlar o processo. "O maior produtor de soja em Mato Grosso não é o senador Blairo Maggi (PR-MT), e sim uma empresa argentina com capital europeu que ocupa área de 300 mil hectares. Ora, isso é muito maior que 100 módulos. Estou aqui [no Congresso] há quatro anos e não me lembro de ter autorizado isso".