quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Mercado Imobiliário Rural

A indefinição sobre as regras para a aquisição de terras por estrangeiros no Brasil ajudou a conter o ritmo forte de alta nos preços dos imóveis rurais. Em algumas regiões houve estagnação e, pontualmente, até retração de valores, sobretudo nos "grandes" negócios em áreas maiores, acima de 3 mil hectares. No entanto, apesar desse movimento, o saldo geral em 2011 ainda é de valorização, puxada pelos negócios dos clientes tradicionais desse mercado: produtores rurais capitalizados após safra de boa rentabilidade.
Quem sustentou a compra e a venda de terra no país em 2011 foi a clientela tradicional, sobretudo produtores de soja, milho, algodão e cana mais capitalizados com os preços mais elevados dessas commodities. "É cultural no produtor, em ano de boa rentabilidade, comprar terra como reserva de valor", diz Aloisio Feres Barinotti, CEO da Commercial Properties..
A Informa Economics FNP, que faz um levantamento que considera, em sua maior parte, áreas menores de 2 mil hectares, verificou no acumulado de 2011 um aumento nos preços das terras acima de 5%, segundo a gerente de agroenergia da consultoria, Jacqueline Bierhals. Ela observa, porém, que de fato os grandes negócios perderam liquidez e que a maior parte das operações ocorreu mesmo em áreas inferiores a 2 mil hectares. "O ano de 2011 não está paralisado, mas a liquidez está mediana. Os produtores rurais locais é que estão fechando negócios".
De olho nisso, companhias como a SLC Agrícola estão aproveitando o recuo da "concorrência" no mercado de terras para ir às compras. Em menos de dois meses, a SLC anunciou a aquisição de duas fazendas no Piauí e negocia com uma terceira, em Mato Grosso. Em 6 de setembro, informou a compra de 13,812 mil hectares por R$ 68,581 milhões, e em 21 de outubro, a aquisição de 12.936 hectares, por R$ 47,335 milhões, ambas no Piauí. "A fazenda em Mato Grosso que estamos negociando é ainda maior, tem 29 mil hectares", afirma diretor-presidente da SLC Agrícola, Arlindo Moura. Para ele, não houve estagnação ou redução dos preços nas áreas rurais de maior porte. "O que eu senti é que não subiu tanto, pelo menos no ritmo que vinha no ano passado. Mas após essa definição jurídica, certamente os preços vão explodir", acredita.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Câmara de Comércio Brasileira Americano

As oportunidades de investimento no agribusiness brasileiro nos próximos anos serão detalhadas nesta quarta-feira (02/11), em Nova York, nos Estados Unidos, pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, durante palestra na Brazilian American Chamber of Commerce, organismo independente que tem o objetivo de estimular o comércio e negócios entre os dois países. 
Representantes de grandes bancos, investidores e diplomatas participarão do encontro, que faz parte de um extenso roteiro de contatos da comitiva da CNA, liderada pela senadora Kátia Abreu, nos Estados Unidos, nesta semana. 


O Brasil ocupa posição de destaque no ranking mundial de produção e exportação de produtos agropecuários, afirma a presidente da CNA. Lembra que o País é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, incluindo silvicultura e biocombustíveis, e que as perspectivas são de crescimento da demanda mundial por alimentos. “Até o ano de 2050, o mundo terá de aumentar a produção agropecuária em mais de 70% para atender a toda a sua população. Tanto o Brasil quanto os Estados Unidos têm condições de aumentar a produção em um primeiro momento simplesmente investindo em tecnologia”, explicou a senadora Kátia Abreu. 


Projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) indicam crescimento nas vendas externas dos principais produtos agropecuários nos próximos anos, com destaque para as exportações de etanol, que devem aumentar 154,29% até 2019. A presidente da CNA lembra que o crescimento da produção brasileira em volume suficiente para gerar excedentes de exportação depende da atualização do Código Florestal, para garantir a continuidade das atividades agropecuárias em 27,7% do território nacional de 851 milhões de hectares. “A nova lei ambiental que está sendo discutida no Senado não compromete a preservação de 61% do território nacional, cobertos com florestas nativas, condição que não é encontrada em nenhum outro país do mundo”, afirmou. Outro desafio é solucionar as deficiências da infraestrutura de transporte, que comprometem a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.